A Rua 25 de Março (Rua Vinte e Cinco de Março) é uma via pública localizada na região central da cidade de São Paulo, capital do estado brasileiro de São Paulo, considerada como o maior centro comercial da América Latina, pois consiste em um dos mais movimentados centros de compras varejistas e atacadistas da cidade. Sua origem está ligada a importantes processos de colonização e urbanização da capital paulistana, sendo uma importante região para a história da cidade devido às suas atividades comerciais e sociais.
A história da rua também é marcada pela forte presença de imigrantes, especialmente sírios, libaneses e chineses. O nome atual da via pública foi um feito do deputado Malaquias Rogério no ano de 1865 e caracteriza-se como uma homenagem à primeira constituição brasileira assinada no dia 25 de março de 1824. A rua 25 de Março tem forte influência nas atividades econômicas da cidade de São Paulo nos dias atuais, movimentando bilhões de reais por ano nos mais de 4800 estabelecimentos da região. Mesmo com os fenômenos contemporâneos de esvaziamento dos centros tradicionais e espalhamento dás áreas dedicadas ao comércio, a rua 25 de Março passou por mudanças e adaptações e mantém sua importância social, cultural e econômica para a cidade de São Paulo e para o Brasil.
Nos dias atuais, o comércio local é conhecido pelo alto volume de barracas de camelôs que disputam espaço com as lojas comerciais, shoppings e galerias. Esses estabelecimentos ofertam os mais diversos produtos tanto nacionais quanto importados. Embora a região seja de extrema importância econômica, social e cultural para a sociedade, casos de irregularidades com mercadoria, baixa segurança pública e outros crimes também fazem parte da história da rua 25 de Março
Pintura: Rua 25 de Março - Antonio Ferrigno (1894)
Formação
A formação da rua aconteceu na beira do rio Tamanduateí, no chamado Beco das Sete Voltas. Anos depois, com a retificação do rio, abriu-se uma rua que ligava a Ponte do Carmo ao Porto São Bento (depois denominado Geral) e passou a se chamar Baixa de São Bento já que ficava abaixo do Mosteiro de São Bento e foi o primeiro local urbanizado da cidade baixa.
Os primeiros comerciantes documentados a chegar na região para desenvolver atividades comerciais foram os árabes. Esses migrantes importavam, principalmente, tecidos e por muito tempo foram os principais comerciantes da região. O preço mais baixo do que outros centros comerciais da cidade de São Paulo se deve a enchentes que aconteciam nos primeiros anos de vida da rua quando o rio Tamanduateí, que ficava próximo da Ladeira Porto Geral, ainda não havia sido canalizado. Essa ladeira leva o nome do antigo porto que lá ficava.
A relação da rua 25 de Março com a história da cidade de São Paulo vem desde seus primeiros anos. O rio Tamanduateí era uma das principais entradas de mercadoria na região, as cargas importadas saiam do Porto de Santos e chegavam ao Porto Geral, esse último se encontrava próximo do Pátio do Colégio, os dois vizinhos da rua 25 de Março.
Antes de ser nomeada de fato 25 de Março em 1865, o trecho às margens do rio Tamanduateí foi chamado de rua das Sete Voltas devido as curvas sinuosas do rio. As frequentes enchentes que aconteciam no rio foram um dos principais motivos que resultaram em sua retificação. Esse processo começou no ano de 1848 e foi concluído em dois momentos, sendo o segundo entre os anos de 1896 e 1914. Uma das enchentes mais notáveis aconteceu no ano de 1850 por causa de uma forte chuva; os estragos foram tão grandes que a cidade de Santos ofereceu ajuda financeira para dar suporte aos moradores necessitados via ordem pública. Depois do episódio da grande enchente, os administradores da cidade sentiram a necessidade de criar regras e normas de caráter urbanístico e arquitetônico para melhor funcionamento das vias, e foi a partir de 1850 que elas foram definidas e vigoradas.
No dia 28 de novembro de 1865 o vereador Malaquias Rogério apresentou ofício sugerindo a mudança de nome de algumas ruas, entre elas, a alteração da Rua de Baixo para Rua 25 de Março. No final dos anos 1920, a Vinte e Cinco de Março já contava com cerca de 580 mil habitantes e mais de 500 lojas, segundo a Prefeitura de São Paulo. As primeiras estações de metrô próximas à região surgiram no final dos anos 1970.
Consolidação
A partir dos anos 1930, a rua Vinte e Cinco de Março é conhecida como "rua dos turcos" devido à grande presença de sírios, libaneses e árabes. Esse grupo populacional sofreu perseguições durante essa época por não trabalharem nas produções agrícolas do país, atividade comumente exercida por imigrantes que chegavam ao Brasil, e sim nas regiões comerciais. No final da década de 1930, os imigrantes sírio-libaneses já possuíam mais da metade dos estabelecimentos comerciais de varejo e atacado na cidade de São Paulo, sendo mais conhecidos pelo trabalho com a Indústria têxtil. O Plano de Avenidas e grandes obras viárias executadas pela Prefeitura auxiliaram na dispersão de prédios residenciais para outras regiões de São Paulo e contribuíram para o caráter terciário da rua e também para sua verticalização. Em 1960, o complexo próximo à rua 25 de Março já contava com aproximados 3,7 milhões de habitantes.
Expansão
Os produtos nacionais ganham força na 25 de Março dos anos 1970 para frente e os produtos importados são reintroduzidos no mercado nos anos 1980. China e Paraguai são os principais exportadores de produtos que chegam na região da 25 de Março no final do século XX. Nos anos seguintes, as indústrias nacionais saíram da capital paulistana em direção ao interior, encarecendo os produtos devido a motivos de transporte. Como consequência, os produtos importados obtiveram maior sucesso de vendas em relação aos nacionais devido aos preços mais baixos.[7]
As vendas em varejo se destacam a partir dos anos 1980, ainda que mantendo-se fortes as vendas por atacado. Os estabelecimentos se adaptam às novas demandas e estímulos do mercado e as antigas grandes lojas dão espaço às galerias que, por sua vez, focam em produtos importados. No começo da década de 1990, o comércio se aproxima mais da informalidade e crescem os números de camelôs para competir com os produtos de baixo preço vindos da China e Coreia. O crescimento da região atrai investimentos públicos e o transporte na área central de São Paulo é fomentado, expandindo a circulação.
Mundialização
O fenômeno da globalização no século XXI trouxe mudanças para a dinâmica comercial da rua 25 de Março. As escalas de transporte e importação de produtos aumentam de maneira relevante; containers cheios de mercadoria chegam ao Brasil e são vendidos a uma grande massa de consumidores. Nessa época, estima-se que a rua 25 de Março recebe mais de 1,2 milhão de pessoas por dia. A diversidade de mercadoria vendida e suas origens atingem novos patamares. O fluxo de consumidores, alta incidência de produtos irregulares e problemas com segurança fizeram com que a Prefeitura de São Paulo buscasse soluções para melhor funcionamento da região.
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