Praça da Sé
Bairro: Centro
Distrito: Sé
Marco histórico, geográfico e religioso da cidade, a Praça da Sé é considerada como um dos símbolos mais importantes de São Paulo, reconhecida não apenas no Brasil, mas também no exterior, pois é uma referência turística importante.
Ao lado do Pátio do Colégio, sítio original onde a cidade foi fundada, a Praça da Sé possui outros elementos que a tornam único na cidade: foi a partir dela que as primeiras ruas da cidade foram incluídas pelos idos de 1588. Posteriormente, já na década de 1930, passou a ser oficialmente o Marco Zero da urbe ou o ponto inicial da numeração das vias da cidade e das rodovias estaduais. Por fim, o aspecto religioso se faz presente pela existência da Catedral, antes chamada de igreja matriz e depois de igreja da Sé, uma vez que ela é a sede da igreja católica (daí o nome Sé). São tantas as marcas presentes abrangência, incluindo a sua nesta denominação, que dificilmente outro logradouro ou região da cidade consegue sobrepujar tamanha importância.
A Praça da Sé começou a ser delineada pelos idos de 1588. Naquela época São Paulo contava com pouco mais de uma centena de moradores, que se utilizavam da única igreja então existente para o culto religioso: a igreja dos Jesuítas, no Pátio do Colégio. A Ermida de Nossa Sra. da Luz começou a ser construída por Domingos Luís, o “carvoeiro”, mas antes se fazia a necessidade de uma igreja matriz. O poder civil (político e administrativo) já existia desde 1560 com a constituição da Câmara Municipal, mas ainda faltava o “governo religioso”, sendo que ambos deveriam coexistir. Nessas condições, a primeira menção à Sé foi registrada na Ata da Câmara do dia 07 de fevereiro de 1588 sendo assim redigida: (em português antigo)
“Aos sete dias do mês de febreiro era de mil e quinhentos e hoitenta e hoito anos nesta vila de são paulo nas casas dó cõçelho onde se ajuntarão os ofiçiais da camara con o mais pobo pa acordaren cousas nesesarías pa ben e prol do povo e loguo praticarão sobre o fazerse a hygreja e todos fora de pareçer que se faça hygreja matris eqa camara escreva ao snõr governador que entregou probisão pa se fazer a capela e aja viguairo e quagytor e hornamentos e sino e todo ho mais nesesairo ao culto devino e despertarão que vinda a dita provisão e provimeto farião o corpo da hygreja como são obriguados e pr pareçer a todos a prefeito parte do povo q pa isso foi junto asinarão aqui cõ hos ditos hofiçiais”
Pouco tempo depois, a 06 de junho de 1588, reuniram-se novamente os vereadores para a escolha do melhor local para a matriz e, de comum acordo com o povo, avaliaram que o edifício deveria ser construído no centro do povoado “entre as casas de Diogo Teixeira e André Mendes” . Ato contínuo concordaram também com os moradores em contribuir com um novo imposto (finta) para levar adiante as obras. Decidida a construção da igreja e escolhida o local, a área foi demarcada, reservando-se um pequeno largo que seria o futuro adro da igreja. Nascia assim à atual Praça da Sé.
Entretanto, as dificuldades presentes naquela época fizeram com que as obras não seguissem o ritmo desejado. A defesa na vila contra os ataques indígenas era parte do cotidiano, fato que obrigava os moradores a despenderem recursos e tempo na “guerra contra os gentios” que não aceitavam o novo núcleo no planalto de Piratininga.
Em 1589 os vereadores ainda solicitaram ajuda do Governador Geral para a construção da matriz. Em janeiro de 1590, uma nova reunião foi realizada e as autoridades confirmaram que nada fora feito, pois os homens da vila tinham ido “a guerra com contra o gentio do sertão”. Mas ao mesmo tempo reafirmaram a necessidade de se construir uma igreja, pois a vila já “passava de 140 moradores”.
Três anos depois, em agosto de 1593, os documentos nos informam que a obra segue vagarosamente, mas como marco do local ali já se encontrava instalada uma cruz, símbolo da administração religiosa e civil. Explicamos: o lançamento de pregões e avisos públicos da Câmara Municipal eram sempre realizados em locais privilegiados onde o povo normalmente se reunia. Para isso, nada melhor do que as imediações das compras, preferindo-se nesse caso a matriz. Assim escreveram os vereadores na ocasião: “E logo no dito dia mês e ano atrás escrito [01/08/1593] o porteiro Francisco Liam presente mim escrivão, na praça pública e junto da cruz que está defronte da igreja do Sr São Paulo a altas vozes lançaram pregão (...)”
A praça pública mencionada já era a atual Praça da Sé, e a igreja de São Paulo era a matriz em construção. Mais claramente, a praça aparece referendada em abril de 1595: “Aos trinta dias do mês de abril o porteiro do conselho Francisco Lião perante mim, no terreiro da igreja matriz, deitou pregão pelo conteúdo no auto e assento atrás sob as penas nele contidos e eu Belchior da Costa o escrevi (...)”
Chamada então de “terreiro da matriz” e por vezes de “adro da matriz”, seu nome mudou em 1745, época em que São Paulo passou a ser de bispado. Nesse sentido, a igreja matriz, dedicada a São Paulo, passou a ser chamada de igreja da Sé (sede). E assim, de terreiro da matriz, a praça passou a ser referenda como “terreiro da Sé”, como podemos notar no registro de 13/02/1751: “(...) e se mandou passar um mandato para o alcaide notificar como pessoas nomeadas em três rol que por este Senado se mandaram fazer, para seus escravos a entupir os buracos que ficam no terreiro da Sé, com a assistência do almotacel a quem os oficiais da Câmara encarregaram a dita obra.”
Em 1789 a designação de “terreiro” foi alterada para “Pátio da Sé” e, posteriormente, para Largo da Sé forma esta que perdurou durante todo o século XIX. O antigo Largo da Sé era de proporções bem menores do que a atual Praça da Sé e localizava-se nas proximidades da Rua Direita.
Porém, com o vertiginoso crescimento da cidade a partir da década de 1870, surgiram planos para a substituição da igreja acanhada por uma catedral. Pensou-se inicialmente na Praça da República, o plano foi depois descartado. As discussões seguiram lentas, mas a partir de 1907, com a nomeação de D. Duarte Leopoldo para bispo de São Paulo, as negociações ganharam mais rapidez. Segue-se então uma disputa acirrada entre o poder público municipal e a Cúria, pois a área da antiga Sé era insuficiente para a catedral. Finalmente chega-se a um acordo e a antiga igreja da Sé começou a ser demolida em 1912, datando também desse período toda a reurbanização do local com a demolição de alguns quarteirões necessários para se abrir uma esplanada diante do edifício religioso.
O projeto da nova catedral, inspirado em linhas neogóticas, foi confiado ao arquiteto Maximiliano Hehl. No dia 06 de julho de 1913 as obras foram iniciadas com a cerimônia de lançamento da pedra fundamental. Naquela ocasião esperava-se que a nova catedral fosse finalizada em 1922 para as comemorações do centenário da independência do Brasil. Entretanto, problemas especialmente de ordem econômica impediram sua inauguração que somente ocorreria em 1954 por ocasião do IV Centenário de São Paulo, mas foi uma inauguração simbólica, pois o prédio ainda não estava concluído.
O porte monumental das obras veio consolidar a Praça da Sé como centro geográfico da cidade, fato este que foi lembrado ainda na década de 1920 pela antiga Associação Paulista de Boas Estradas. Naquela ocasião, e devido à rápida expansão da malha rodoviária estadual, muitas estradas paulistas possuíam seu ponto inicial em locais escolhidos aleatoriamente, uns mais próximos, outros mais distantes do centro urbano, criando-se “assim uma situação toda artificial fértil em enganos e erros ”, conforme destaque do jornal O Estado de São Paulo na época. Para corrigir esse erro, contínuo o jornal, tornava-se imprescindível “a substituição de todos esses pontos iniciais do quilometragem por um ponto único, que seria o Marco Zero, para cuja localização estava logicamente indicada a praça da Sé”, completou.
De fato, a Sé era o centro da cidade, e a sugestão do logotipo do Marco Zero ganhou adeptos como o Touring Club do Brasil. A partir desse momento, a Prefeitura aprovou o projeto e em agosto de 1934 as obras foram iniciadas, dando-se a sua inauguração no dia 18 de setembro de 1934.
Apesar da relevância, as obras da catedral não seguiram o ritmo desejado. A Praça, por sua vez já se encontrou pronta e em uso pela população. Assim, decidiu-se que como parte das comemorações pelos 400 anos de São Paulo em 1954, a catedral seria inaugurada, mesmo estando ainda incompleta conforme a imagem abaixo desta cerimônia. As duas torres, porém, somente tomaram forma no final da década de 1950 e início de 1960. Na década de 1970 a catedral estava finalizada, bem como todo o entorno da praça ocupada com edifícios. Mas é que uma nova e grande alteração na sua paisagem seria realizada por conta da implantação do Metrô. Tendo em vista tratar-se da principal praça da cidade, a Sé foi escolhida para abrigar a principal estação de metrô da cidade, no entroncamento das linhas norte-sul. Após a demolição de vários prédios, as obras tiveram início em 1972.
Ao longo dos séculos, ou desde 1588, a Praça da Sé se mantém como o grande marco histórico, geográfico e religioso da cidade, sobrepujando com suas construções e seus símbolos e sua denominação, todos os demais logradouros da cidade. Apesar do surgimento de outros centros na cidade, nenhum deles se mantém há tanto tempo.
nomes anteriores
Rua da Esperança e Largo da Sé
Subprefeitura
Sé (SPSE)
localização
Delimitada pelas Ruas Anita Garibaldi, Venceslau Brás, Floriano Peixoto e fundos da Catedral, ao encontrar a Praça Dr. João Mendes.
oficialização
ATO nº 2.185 de 26/09/1923
O Decreto 15.635, de 17 de janeiro de 1979 que institui uma lista de denominações oficiais do município confirma esta denominação com atualização da grafia.
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