Avenida Vinte e Três de Maio
Vinte e Três de Maio (Epopéia Constitucionalista - 1932)
Até o final do século XIX, a região por onde corre esta avenida, entre a Praça das Bandeiras e até a Rua do Paraíso, era um fundo de vale que dividia os bairros da Liberdade e da Bela Vista. Conhecido como "Vale do Itororó", por ele correr ao céu aberto o Ribeirão do Anhangabaú. Com a abertura de diversas ruas nesta região a partir de 1900, surgiu a "Rua Itororó", entre as atuais Ruas Condessa de São Joaquim e Pedroso. Este nome, "Itororó", era uma referência ao córrego do mesmo nome que desaguava no Anhangabaú. Em 1928, através da Lei nº 3.209 de 31 de Julho, o então prefeito J. Pires do Rio aprovou um novo projeto para a então "Av. Itororó" desde a Rua João Julião e até a Rua Paraíso. Começava assim a ser delineada para o futuro Av. 23 de Maio. Porém, a construção dessa avenida demoraria ainda alguns anos, pois somente em 1969 ela seria entregue ao tráfego. Entre as décadas de 1930 e 1940, a via passou a ser conhecida como "Av. Anhangabaú", entendida que foi como um prolongamento do "Parque do Anhangabaú". O nome definitivo de "Av. 23 de Maio" foi proposto em 1954, mais exatamente na sessão da Câmara Municipal do dia 05/05/1954, através do Projeto de Lei nº 170/54. Este projeto foi assinado pelas Comissões de Justiça, de Educação e de Finanças e Orçamento, o que representava a maioria dos vereadores. Na Justificativa que acompanhava o projeto constava o seguinte: “A grande data de 23 de maio de 1932, que marcou a reconquista da autonomia paulista em face da ditadura, ainda não tem na cidade a justa comemoração nas placas de uma rua, avenida ou praça. uma vitória de São Paulo." Discutido novamente na sessão do dia 05/10/1954, o projeto se transformou na Lei nº 4.473 de 22 de maio de 1954. Construída em etapas, em 1968 as obras estavam quase prontas. Cinco viadutos terminaram: Dona Paulina, Brigadeiro Luís Antonio, Jaceguai, Condessa de São Joaquim e Pedroro. Faltava o Viaduto da Rua João Julião, perto do hospital da Beneficência Portuguesa. A preocupação dos engenheiros foi fazer com que a 23 de Maio fosse uma avenida expressa, evitando os cruzamentos de nível. Mesmo incompleta, a população já podia contar com a avenida, construída para ligar o centro à zona sul, desafogando o trânsito da Av. 9 de Julho. A data de "23 de maio", nome desta avenida, relembra um dos mais importantes episódios ocorridos durante a "Revolução Constitucionalista de 1932". Na verdade, as decisões desse dia podem ser consideradas como que um estopim da revolta armada que viria em seguida, opondo-se às forças paulistas contra o governo federal que, naquela época, era chefiado por Getúlio Vargas. Já no dia anterior, 22 de maio,os ânimos eram acirrados e passeatas de estudantes e do povo percorriam a cidade. No dia 23 outra manifestação tomou corpo e se tornou para a esquina da Rua Barão de Itapetininga com a Praça da República, onde se localizou a sede do PPP (Partido Popular Paulista) que apoiava Getúlio Vargas. Na sede do PPP havia oito pessoas armadas e já preparadas para resistir a uma possível invasão. Os manifestantes foram recebidos a tiros e a massa popular se dispersou pelas diversas esquinas. Nesse primeiro momento morreram duas pessoas: Euclides Miragaia, estudante de Direito, e Antonio de Camargo Andrade, ficando feridas inúmeras outras. O povo se dividiu entre as esquinas da Rua D. José de Barros e Praça da República. Quem entrou no Barão de Itapetininga recebeu uma bala. Um bonde que para esta rua se dirigiu foi feito por alguns manifestantes. Tão logo apontado na esquina sofreu uma rajada de artilharia que matou o estudante Mário Martins de Almeida. Depois de quatro horas de troca de tiros de parte a parte, chegou um destacamento da Força Pública que isolou o prédio e forçou a rendição dos oito atiradores do PPP. Também ferido nesse conflito, o jovem Drausio Marcondes de Souza (então com 14 anos de idade) morreu cinco dias depois, aos 28/05/1932. Dos nomes desses jovens surgiram a sigla MMDC (Martins, Miragaia, Drausio e Camargo) que se tornou o símbolo da Revolução de 1932. Esta, por sua vez, teve início no dia 9 de julho do mesmo ano. Um outro ferido nos conflitos de 23 de maio, Orlando de Oliveira Alvarenga, faleceu no dia 12/08/1932, quase três meses depois. Por isso, não houve tempo para incluir o seu nome na sigla.
Até o final do século XIX, a região por onde corre esta avenida, entre a Praça das Bandeiras e até a Rua do Paraíso, era um fundo de vale que dividia os bairros da Liberdade e da Bela Vista. Conhecido como "Vale do Itororó", por ele correr ao céu aberto o Ribeirão do Anhangabaú. Com a abertura de diversas ruas nesta região a partir de 1900, surgiu a "Rua Itororó", entre as atuais Ruas Condessa de São Joaquim e Pedroso. Este nome, "Itororó", era uma referência ao córrego do mesmo nome que desaguava no Anhangabaú. Em 1928, através da Lei nº 3.209 de 31 de Julho, o então prefeito J. Pires do Rio aprovou um novo projeto para a então "Av. Itororó" desde a Rua João Julião e até a Rua Paraíso. Começava assim a ser delineada para o futuro Av. 23 de Maio. Porém, a construção dessa avenida demoraria ainda alguns anos, pois somente em 1969 ela seria entregue ao tráfego. Entre as décadas de 1930 e 1940, a via passou a ser conhecida como "Av. Anhangabaú", entendida que foi como um prolongamento do "Parque do Anhangabaú". O nome definitivo de "Av. 23 de Maio" foi proposto em 1954, mais exatamente na sessão da Câmara Municipal do dia 05/05/1954, através do Projeto de Lei nº 170/54. Este projeto foi assinado pelas Comissões de Justiça, de Educação e de Finanças e Orçamento, o que representava a maioria dos vereadores. Na Justificativa que acompanhava o projeto constava o seguinte: “A grande data de 23 de maio de 1932, que marcou a reconquista da autonomia paulista em face da ditadura, ainda não tem na cidade a justa comemoração nas placas de uma rua, avenida ou praça. uma vitória de São Paulo." Discutido novamente na sessão do dia 05/10/1954, o projeto se transformou na Lei nº 4.473 de 22 de maio de 1954. Construída em etapas, em 1968 as obras estavam quase prontas. Cinco viadutos terminaram: Dona Paulina, Brigadeiro Luís Antonio, Jaceguai, Condessa de São Joaquim e Pedroro. Faltava o Viaduto da Rua João Julião, perto do hospital da Beneficência Portuguesa. A preocupação dos engenheiros foi fazer com que a 23 de Maio fosse uma avenida expressa, evitando os cruzamentos de nível. Mesmo incompleta, a população já podia contar com a avenida, construída para ligar o centro à zona sul, desafogando o trânsito da Av. 9 de Julho. A data de "23 de maio", nome desta avenida, relembra um dos mais importantes episódios ocorridos durante a "Revolução Constitucionalista de 1932". Na verdade, as decisões desse dia podem ser consideradas como que um estopim da revolta armada que viria em seguida, opondo-se às forças paulistas contra o governo federal que, naquela época, era chefiado por Getúlio Vargas. Já no dia anterior, 22 de maio,os ânimos eram acirrados e passeatas de estudantes e do povo percorriam a cidade. No dia 23 outra manifestação tomou corpo e se tornou para a esquina da Rua Barão de Itapetininga com a Praça da República, onde se localizou a sede do PPP (Partido Popular Paulista) que apoiava Getúlio Vargas. Na sede do PPP havia oito pessoas armadas e já preparadas para resistir a uma possível invasão. Os manifestantes foram recebidos a tiros e a massa popular se dispersou pelas diversas esquinas. Nesse primeiro momento morreram duas pessoas: Euclides Miragaia, estudante de Direito, e Antonio de Camargo Andrade, ficando feridas inúmeras outras. O povo se dividiu entre as esquinas da Rua D. José de Barros e Praça da República. Quem entrou no Barão de Itapetininga recebeu uma bala. Um bonde que para esta rua se dirigiu foi feito por alguns manifestantes. Tão logo apontado na esquina sofreu uma rajada de artilharia que matou o estudante Mário Martins de Almeida. Depois de quatro horas de troca de tiros de parte a parte, chegou um destacamento da Força Pública que isolou o prédio e forçou a rendição dos oito atiradores do PPP. Também ferido nesse conflito, o jovem Drausio Marcondes de Souza (então com 14 anos de idade) morreu cinco dias depois, aos 28/05/1932. Dos nomes desses jovens surgiram a sigla MMDC (Martins, Miragaia, Drausio e Camargo) que se tornou o símbolo da Revolução de 1932. Esta, por sua vez, teve início no dia 9 de julho do mesmo ano. Um outro ferido nos conflitos de 23 de maio, Orlando de Oliveira Alvarenga, faleceu no dia 12/08/1932, quase três meses depois. Por isso, não houve tempo para incluir o seu nome na sigla.
Fonte:
Jornal da Tarde, edição do dia 18/05/1997
"Cruzes Paulistas", org. Benedicto Montenegro e Alberto Aguiar Weissohn, Ed. Revista dos Tribunaes, SP, 1936
Jornal "O Estado de São Paulo" edição do dia 01/06/1995, artigo de Heloisa Bourroul "Avenida acompanha vales de rios"
nomes anteriores
Rua Itororó, Rua Comandante Saturnino, Avenida Itororó e Avenida Anhangabaú
Subprefeitura
Vila Mariana (SPVM)
localização
Começa na Praça das Bandeiras (Sé) e termina na Avenida Professor Ascendino Reis (Moema).
oficialização
LEI nº 4.473 de 22/05/1954
Lei nº 2.110 de 21/12/1917, denominada Rua Comandante Saturnino. (Revogada) Processo nº 183.082/1917
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